Mahou No Tamashi #8- Der Jackpot!
Enquanto os homens me carregavam pra o navio eu estava
perplexa, ficava observando a silhueta do sequestrador sumir de minha vista
enquanto me perguntava o por que dele acreditar nisso, eu iria lhe agradecer?
Ao menos que perdesse minha sã consciência, talvez.
Eu subi a bordo do navio, ele era estranhamente grande,
tinha pelo menos três andares e uma vasta tripulação. Tinha certeza de que eram todos escravos, eles
tinham aqueles olhos que fazem lembrar a esperança de que não pode piorar e eu não
sei por que mas odiava aqueles olhos.
Pouco depois que entrei veio a bordo três pessoas, no meio
estava um velho baixo e gordo com aparência de porco exatamente o que havia me
comprado pouco tempo atrás. Em cada lado seu jazia dois homens, a sua esquerda
estava um jovem amarrado que era alto e forte porem parecia faminto, e a sua
direita um velho de pelo menos quarenta anos, mas era forte e alto, diferente
de meu comprador. O velho gritou:
- Tripulação preparar para levantar âncoras! Içar velas!
Sabia que o “homem-porco”
pagava aquilo, mas o verdadeiro homem era quem dava as ordens e naquele navio não
era ele, não sabia o que aconteceria comigo mas o homem-porco declarou para
todo o navio:
- Essa é
minha mais nova compra, trate-a bem, e que mexer com ela será morto. Qualquer ato
de fulga dessa garota ou do menino aqui, me reporte no mesmo instante.
Aquilo era o
que eles precisavam ouvir, a partir dali minha vida naquele navio foi calmo.
Todos obrigatoriamente me tratavam bem, mas não tinham problema com aquilo,
eles eram do tipo “me trate bem e tratarei você melhor”. As refeições não eram
ruins, mas como era de se imaginar eu odiava o meu comprador e porco era a
palavra que definiria ele melhor, era repugnante e lucrava com o contrabando
escravo, o tipo de ser humano que não merece viver.
O garoto
magro e estranho estava encarregado de cuidar de mim, tudo que eu precisasse
ele era obrigado a fazer, sua cara de faminto havia passado e ele era uma boa
companhia, nunca me disse como havia parado naquele navio, mas me deu uma única
informação, o seu nome, ele se chamava Rafael.
Os dias fora
passando e eu não tinha esperanças que poderia voltar para casa, meu tio e
minha prima haviam triunfado, e eu estava com aqueles mesmos olhos que tanto
odiava. Pensava no que o homem me dissera, ‘ ainda vai me agradecer’, passei o
dia inteiro pensando nisso e finalmente chegou a hora do jantar. Rafael me
buscou no meu quarto que ficava no segundo andar e me acompanhou ate o primeiro
para o jantar.
Bom, sabe
quando você esta numa situação ruim e pensa “não há como piorar”, aprendi da
pior maneira que isso é mentira. Naquela noite eu vi a primeira menina tirando
eu naquele navio, já estava lá fazia uma semana e nunca a vira, ela nos serviu
o jantar e parecia extremamente machucada arranhões cobriam todo o seu corpo e
me lembrava Rafael o que fez meu coração amolecer por um momento.
Após a o prato principal ela veio nos trazer a
sobremesa, e nesse momento o navio se mexeu bruscamente, fazendo cair às guloseimas
em cima do homem-porco. Ele estava vermelho, estava quase passando para outra coloração
quando gritou:
-O que pensa
que esta fazendo, sua inútil! Você é um lixo, não passa de carcaça humana e
ousa me sujar!
Então ele
avançou para cima dela, a derrubou e começou a chuta-la, ria estridentemente enquanto
a menina se contorcia desesperada no chão, então eu fiz o que nunca imaginei,
peguei uma faca e avancei para cima do homem-porco, gritando:
-Ela é suja?
A única carcaça que vejo aqui é você!
-O que você disse,
seu animalzinho sujo?
E foi assim
que fiquei presa no Der Jackpot!.
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